Empório de Luxo: Shopping Cidade Jardim, Daslu, Rua Oscar Freire, Chanel eoutros mimos de milhonários - Parte 2
Monday, December 1st, 2008
Domingo, 30 de novembro, a italiana Gucci inaugurou sua flagship store (loja de referência) no Brasil e América Latina, no Shopping Iguatemi, em São Paulo; veja fotos da festa e das personalidades presentes aqui e aqui.
A loja inaugurada tem 470m2 (a maior loja da Gucci no mundo fica em Nova York e mede 45.000 pés quadrados, ou aproximadamente 4.200 m2), e sua inauguração mostra a pretensão da Gucci em expandir-se no país, onde já vendia produtos há algum tempo, através de parceria com a Daslu.
A nova loja oferecerá toda a linha Gucci, incluindo moda feminina e masculina, acessórios, sapatos, jóias e relógios. Segundo a Gucci, os lançamentos em São Paulo ocorrerão de forma concomitante com as demais flagships mundiais, como as localizadas nos Estados Unidos e Europa.
Loja da Gucci em Nova York
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Daslu
Tuesday, November 18th, 2008
Quando se fala no mercado brasileiro de luxo, a primeira marca que vem à cabeça é a Daslu.
A Daslu foi fundada em 1958 pelas sócias Lúcia Piva de Albuquerque e Lourdes Aranha; como ambas eram conhecidas por Lu, a loja foi batizada de Daslu (”das Lu”). Desde a fundação, a Daslu procurava destacar-se no mercado brasileiro de moda, apurando detalhes que mais tarde pavimentariam o caminho para o sucesso: qualidade, bom gosto e atendimento personalizado.
Atualização, dezembro de 2008: nessa entrevista de Eliana Tranchesi à Gazeta Mercantil, ela declarou: “Tem compradora do tempo da minha mãe que vem hoje aqui com a bisneta! Isso é fidelidade. Minha mãe começou vendendo conjuntos de cashmere com saia igual. Aí começou aquele tempo em que o Rio fazia a moda. Era preciso ir buscar lá as marcas boas nacionais. E a cliente gostava da seleção que a Daslu fazia. Mesmo quando começaram os estilistas paulistas, a cliente Daslu apostava no nosso olho, na sensibilidade da nossa escolha. Até hoje, esse é o sucesso do nosso mix.”
No final da década de 70, Eliana Piva de Albuquerque Tranchesi, filha de Lúcia, assumiu o comando da Daslu. No início da década de 90, Eliana deu início à estratégia de formar parcerias com marcas de prestígio internacional; a primeira parceria foi com a Maison Chanel.
Logo em seguida, chegaram também a Christian Dior, Dolce & Gabbana, Prada e Gucci (por vários anos, a Daslu foi revendedora exclusiva dessas marcas no Brasil). Depois, foi a vez do mercado masculino; sob a bandeira da Daslu Homem, começaram a ser vendidos produtos da Ermenegildo Zegna, Salvatore Ferragamo e outros.
Nesse novo milênio, a Daslu teve crescimento explosivo, juntamente com o mercado de luxo no Brasil. Em 2005, a Daslu mudou-se para uma nova loja, a Villa Daslu, um prédio em estilo neoclássico com quase 60.000 metros quadrados de área construída; a nova loja ganhou comentários elogiosos no New York Times. Nessa mesma época, a dona da Daslu foi presa, acusada de cometer crimes fiscais; o episódio, entretanto, não afetou o nome e o crescimento da marca.
No Villa Daslu, a empresa continua com uma boutique própria, a Daslu, e, além das parcerias que já tinha, houve a chegada de diversas outras marcas, como Goyard, Pucci e Tom Ford, entre várias outras; segundo recente informe, a Villa Daslu abriga cerca de 110 grifes internacionais e 90 marcas nacionais, além dos espaços destinados para as diversas marca Daslu - Daslu Feminino, Daslu Couture, Daslu Homem, Daslu Boys and Girls, Daslu Kids, Daslu Bebe e Daslu Casa.
O mapa abaixo mostra a localização da Daslu (o marcador vermelho), em meio a outros importantes centros de comércio de luxo em São Paulo:
Exibir mapa ampliado
Em 2008, buscando ampliar seu mercado, a Daslu inaugurou sua primeira filial em shopping centers, no Shopping Cidade Jardim, ocupando um espaço de 2.400 metros quadrados; nessa loja, há predominância de produtos com a etiqueta da própria Daslu, enquanto na Villa há maior presença das importadas.
A Daslu continua a crescer, e há boatos de futuras expansões; segundo reportagem recente, o faturamento da Daslu em 2008 pode chegar a R$ 320 milhões, o maior da História.
Por enquanto, a Daslu não tem rivais no mercado de marcas de luxo no Brasil.
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Rodeo Drive, Beverly Hills
Friday, October 17th, 2008
Rodeo Drive é a rua mais luxuosa de moda e acessórios de Beverly Hills, cidade da Califórnia, Estado mais rico do maior país do mundo; por isso, Rodeo Drive tem possivelmente a maior concentração de lojas de luxo do mundo.
Contribui também para essa aura de exclusividade, além da pujança das lojas, o fato de Beverly Hills ser relativamente curta, com apenas três quarteirões; outros centros de luxo, como a Champs Elysées de Paris, o bairro de Ginza no Japão, a Via Montenapoleone em Milão, e mesmo a Oscar Freire em São Paulo (um dos vértices do quadrilátero do luxo), são consideravelmente mais longos, o que permite uma mistura de lojas de luxo com lojas tradicionais.
A pronúncia correta é “Rodeio Draiv”. Os primeiros europeus a colonizarem a costa oeste americana foram os espanhóis (a Califórnia tornou-se estado americano apenas em 1850, após uma guerra entre mexicanos e americanos); em 1769, Don José Gaspar de Portola estabeleceu-se na região onde hoje é Beverly Hills. Os índios nativos chamavam a região de “El Rodeo de las Aguas”, em vista do número de rios e lagoas que ali se concentravam (naquela região árida, água era um bem muito valioso para os índios e os espanhóis); após mais de dois séculos, o espírito do nome original se manteve.
Rodeo Drive, Beverly Hills
É difícil encontrar uma das marcas de luxo que não tenham lojas em Rodeo Drive. Algumas das marcas que podem ser visitadas: Giorgio Armani, Baccarat, Bang & Olufsen, Bottega Veneta, Bvlgari, Burberry, Cartier, Celine, Chanel, Dior, DeBeers, Dolce & Gabbana, Domenico Vacca, Ermenegildo Zegna, Etro, Fendi, Hugo Boss, Gucci, Hermès, Judith Ripka, Lacoste, La Perla, Louis Vuitton, Polo Ralph Lauren, Prada, Sergio Rossi, Tiffany & Co, Van Cleef & Arpels, Valentino, Versace e Yves Saint-Laurent.
Uma sugestão de hotel para os que pretendem visitar Rodeo Drive é o Beverly Wilshire, um dos mais luxuosos de Beverly Hills; foi nesse hotel que Uma Linda Mulher, com Julia Roberts e Richard Gere, foi filmado (no filme, Roberts visita algumas lojas e é destratada pelos esnobes atendentes). Beverly Hills e Rodeo Drive são tema também de Barrados no Baile, seriado exibido no Brasil (o nome original faz referência a 90210, o código postal de Beverly Hills).
Ainda para quem pretende viajar, outra boa notícia: o consulado do Brasil em Los Angeles localiza-se justamente em Beverly Hills; apenas outros três países têm essa primazia: Armênia, Colômbia e Equador.
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Shopping Cidade Jardim:
Foi inaugurado no mês passado o novo Shopping Cidade Jardim, com o título de mais luxuoso da cidade de São Paulo. O foco do empreendimento foi justamente este: reunir em uma área nobre as principais marcas de luxo do mundo.

Discórdia no mundo do luxo
O recém-inaugurado shopping Cidade Jardim entra na disputa com o Iguatemi pelas grifes mais desejadas do planeta — uma briga que está longe de ser glamourosa

Germano Lüders
Auriemo, da JHSF: luxo ajuda a vender imóveis
Por Carolina Meyer | 04.09.2008
Revista EXAME -
Mesmo em uma cidade agitada como São Paulo, poucos eventos foram tão aguardados quanto a inauguração do shopping Cidade Jardim, há três meses. O novo centro de compras, que já nasceu coroado como o mais novo templo do luxo da cidade, atraiu mais de 50 000 pessoas no primeiro dia de funcionamento, público suficiente para abarrotar o estádio do Pacaembu, o segundo maior da capital paulista. A fila de carros na entrada do estacionamento se estendeu por mais de 2 quilômetros na marginal Pinheiros. Passado o frenesi da abertura, uma silenciosa disputa — bem menos glamourosa — começou a ser travada com o mais tradicional e sofisticado centro de compras de São Paulo, o shopping Iguatemi. Logo após a inauguração, os donos do Cidade Jardim decidiram antecipar em um ano o projeto de expansão do shopping, previsto inicialmente para 2010. Formou-se então uma nova fila — agora de 150 lojistas que disputam as 60 lojas previstas na expansão. Cioso de manter o antigo título e a primazia entre os consumidores mais ricos, o Iguatemi tem tentado impedir que algumas grifes já instaladas em seus corredores “atravessem o rio” — uma referência à localização do Cidade Jardim, na margem oposta do rio Pinheiros. Oficialmente, os dois shoppings negam a disputa. “Há espaço para todos”, diz José Auriemo Neto, presidente da incorporadora JHSF, dona do Cidade Jardim. “O mercado de luxo cresceu muito e deve crescer mais ainda”, afirma Carlos Jereissati, presidente do Iguatemi.
A existência de dois grandes shoppings de luxo em São Paulo é uma demonstração de uma economia em expansão, na qual os pobres ficam menos pobres e os ricos ainda mais ricos. Desde 2003, o mercado de luxo no Brasil mais que triplicou de tamanho, passando de 1,3 bilhão de dólares para 5 bilhões de dólares em 2007. A cidade de São Paulo praticamente concentra 75% desse total. À exceção das lojas na sofisticada região dos Jardins, o shopping Iguatemi praticamente monopolizava esse mercado. Em 2005, a inauguração da gigantesca loja da Daslu, no bairro da Vila Olímpia, na zona oeste da cidade, surgiu como potencial ameaça, que, no entanto, não se concretizou frente aos problemas administrativos e legais que o empreendimento enfrentou. Com a chegada do Cidade Jardim, o Iguatemi ganhou um concorrente de fato. Tanto que tem se mobilizado para enfrentá-lo, seja oferecendo vantagens a grifes internacionais de prestígio, seja ameaçando retaliações caso seus lojistas abram filiais no novo shopping. “O Iguatemi sempre se cercou de dispositivos contratuais para impedir que os lojistas abrissem unidades em empreendimentos concorrentes”, diz o consultor Carlos Ferreirinha, da MCF Consultoria, especializada no mercado de luxo. “O problema é que agora muitos dos inquilinos preferem pagar multas e enfrentar processos a deixar passar a oportunidade de manter lojas nos dois maiores empreendimentos de luxo do país.”
Inaugurado em novembro de 1966, o Iguatemi é o shopping mais antigo do Brasil. Mesmo depois de contínuas ampliações e modernizações, tem hoje uma estrutura com limitações. Apesar de exibir grifes estelares, como Tiffany & Co., Louis Vuitton, Salvatore Ferragamo, Ermenegildo Zegna e Dolce&Gabbana, o Iguatemi não comporta mais lojas de grandes marcas. Ao mesmo tempo, mantém lojas com perfil popular, como Americanas e C&A. Pela legislação brasileira, o lojista tem direito à renovação automática do contrato (mesmo que isso vá contra a vontade do dono do empreendimento), o que torna virtualmente impossível renovar rapidamente o mix de lojas e fazer frente à concorrência do Cidade Jardim. Com isso, os administradores tentam negociar a saída de algumas lojas — ou pelo menos a redução do espaço que ocupam. É o caso da Lojas Americanas, que cedeu cerca de metade dos 2 500 metros quadrados que ocupava para acomodar a nova loja da italiana Gucci. A negociação demorou quatro anos e os termos e valores do acordo são mantidos em sigilo por ambas as partes. Atualmente, o Iguatemi negocia a saída de outras dez lojas, todas fora do mercado de luxo. “O Cidade Jardim teve a grande vantagem de chegar com as lojas escolhidas a dedo”, diz Jereissati.
A seleção criteriosa das lojas não é o único trunfo do Cidade Jardim. O centro comercial é apenas parte de uma estratégia mais ampla — e ousada — por parte da JHSF. Mais do que disputar consumidores endinheirados por meio de lojas exclusivas, o glamour do shopping serve para ser base de um complexo imobiliário que conta com três torres comerciais e nove residenciais, com apartamentos cotados entre 2 milhões e 4 milhões de reais cada um. A idéia é que o shopping, inaugurado antes de as torres serem concluídas, gere demanda pelo empreendimento como um todo, valorizando-o. “A JHSF inverteu a lógica do empreendimento imobiliário em São Paulo”, afirma Carlos Betancourt, presidente da Bracor, uma das maiores incorporadoras de prédios comerciais do país. “Em vez de seguir a lógica do mercado, competindo com outras incorporadoras, eles criaram no consumidor o desejo pelo projeto antes mesmo que ele exista.” Até agora, a estratégia, até então inédita no Brasil, tem funcionado. Desde o dia da inauguração do shopping, os apartamentos valorizaram-se mais de 20%.
A disputa das grifes |
Inaugurado há apenas três meses, o shopping Cidade Jardim já concorre com o grupo Iguatemi no principal mercado de produtos de luxo do país |
Cidade Jardim |
Lojas 120 |
Faturamento por metro quadrado 2 200 reis |
Visitantes 30 000 |
Lojas exclusivas(1) Rolex, Daslu, Montblanc, Giorgio Armani e Hermès |
Quem está por trás A incorporadora JHSF, que pertence à família Auriemo. A empresa atua no segmento de imóveis de alto padrão há 30 anos |
Iguatemi São Paulo |
Lojas 330 |
Faturamento por metro quadrado 3 200 reais |
Visitantes 48 000 por dia |
Lojas exclusivas(1) Burberry, Diesel, Bvlgari e Dolce&Gabbana |
Quem está por trás O empresário Carlos Jereissati, dono do grupo La Fonte, uma das maiores empresas de administração de shoppings da América Latina |
(1) Em shopping centers |
A estratégia adotada pela JHSF no segmento de alto padrão tem provado-se bem-sucedida, sobretudo no mercado de capitais. As ações da companhia na bolsa de valores foram as únicas do setor de construção civil a registrar alta nos preços neste ano: 13,5%, ante uma queda média de 40% registrada no setor. O grupo Iguatemi, por outro lado, encontra-se em situação oposta. As ações da companhia caíram 33% nos últimos oito meses, um dos piores desempenhos entre as administradoras de shopping centers do país. Além dos resultados apresentados no último trimestre (o lucro líquido caiu 29% em relação ao mesmo período do ano passado), os papéis do Iguatemi refletem a indefinição que se formou em torno de seu mais recente empreendimento: o shopping JK, centro de compras localizado na marginal Pinheiros, em São Paulo, no terreno vizinho à opulenta sede da Daslu no bairro de Vila Olímpia e a apenas 2 quilômetros do próprio Iguatemi.
Concebido como uma resposta ao Cidade Jardim, o projeto prevê a construção de um shopping de alto padrão num complexo formado por duas torres comerciais de aproximadamente 30 andares cada uma. No entanto, passado mais de um ano desde o anúncio do projeto, o grupo Iguatemi ainda não fechou o portfólio de lojas do novo shopping. Muitas grifes presentes no Cidade Jardim, na Daslu e no próprio Iguatemi estariam receosas de abrir mais uma loja em regiões tão próximas e, com isso, comprometer a lucratividade dos pontos já existentes. “Ainda não está claro se o JK foi um bom investimento”, afirma o analista de um grande banco. “Se esses shoppings tiverem de disputar os mesmos clientes, é possível que sua margem de lucro seja reduzida, uma vez que o aluguel desses shoppings está atrelado às vendas.” Pelo jeito, a briga pelo mercado de luxo em São Paulo está só começando.
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